
CONVIDADES MIG 2024
Em seus desfiles, privilegia histórias ligadas à identidade cultural brasileira, bem como personalidades nacionais de destaque. Os escritores Guimarães Rosa, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, os artistas plásticos Athos Bulcão e Cândido Portinari, os cantores Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa e Nara Leão estão entre os nomes de brasileiros lembrados em coleções do estilista.
Quanto às diferentes localidades do regiões do país Ronaldo Fraga mostra ter especial interesse no Brasil profundo. O desfile Costela de Adão, de 2003, foi inspirado no cotidiano do Vale do Jequitinhonha e nas artesãs que moldam as bonecas de barro, que são criações típicas e fonte de renda da região. Em 2008, apresentou a coleção Rio São, inspirado no Rio São Francisco, um local sobre o qual ouvira falar constantemente, graças a seu pai. Em 2010, voltou ao tema, dessa vez com uma exposição Rio São Francisco Navegado por Ronaldo Fraga, que percorreu diferentes capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Belo Horizonte. Na cidade mineira, em dois meses, a exibição atraiu mais de 40 mil visitantes, entre os quais, pelo menos 18 mil alunos da rede pública de ensino.
A Amazônia foi parte da inspiração do desfile Turista Aprendiz na Terra do Grão-Pará, de 2012, dedicado ao Estado do Pará, e o semi-árido foi lembrado na coleção Carne Seca, de 2013. "Foi Fraga quem aproximou o público da estilista Zuzu Angel, do pintor Athos Bulcão, das festas e dos poetas populares do Brasil. Num meio repleto de referências a culturas e estilos distantes, como é o da moda brasileira, isso é muita coisa."

RONALDO FRAGA
Arqueomodista e investigador peruano morando no Brasil, especialista na pesquisa da história andina e nomea-do "Primeiro Mensageiro da Proteção do Patrimônio Cultural e Natural, Instituto Nacional de Cultura do Perú e da Comisión Nacional de Cooperação - UNESCO".
Estudou na ENSABAP (Escuela Nacional de Bellas Artes del Perú).
Criador do conceito de "Arqueomoda" que se torna uma "injeção contra o esquecimento cultural", dos costumes, formas de espiritualidade, roupa, arquitetura, etc, tudo que envolva o estilo de vida de antes da chegada do ocidente aos andes, e que foi podado pela causa colonizadora. Graças à isso, PANAKAS (familias reais inkas ainda vigentes no Peru)
estão conseguindo reincorporar seus trajes, rituais e costumes apagados pela extirpação das idolatrías, durante o vice-reino e inclusive da própria república criolla.
Fundador oficial do grupo "Wakanista" em 2021, grupo formado por historiadores, arqueólogos e pessoas em geral, dedicadas às pesquisas sobre a história e a prática da espiritualidade andina, desde a procura de fontes primárias como crônicas dos primeiros espanhóis nos andes, descobertas arqueológicas e a prática, criando espaços de investigação em peregrinações em montanhas sagradas ancestrais e antigos oráculos andinos, hoje,
centros arqueológicos contemporâneos, principalmente no Peru.
Adrián é convidado especial para o MIG por contribuir com sua forma de repensar e estudar resgates culturais, de um povo e de uma região.

ADRIÁN ILAVE